O que você acha da Vaidade Masculina?

O que você acha da Vaidade Masculina?

O mercado masculino aposta em produtos e serviços para atender à vaidade dos homens. Agora, eles gastam mais na hora de se vestir e procuram salões exclusivos para cuidar da aparência e da beleza.

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A cada dia surge um negócio como o Imagem Fast Beauty, um salão de beleza só para homens. O lugar é bem diferente de um salão feminino. Ambiente discreto, cores neutras, luz suave, pouca conversa e atendimento rápido. E o negócio vai na esteira de um segmento em expansão. Segundo o IBGE, o homem brasileiro gasta mais de R$ 80 milhões por ano com beleza.

Cabeleireiro há 18 anos, Dennis Ruiz percebeu a mudança no mercado. Ele abriu o salão em 2008 e o lugar está sempre cheio.

“A gente já tinha um salão que trabalhava com um público unissex. Daí eles queriam fazer alguns tipos de serviço que tinham vergonha de fazer expostos no meio das mulheres. A gente começou a ver a necessidade que eles queriam fazer o serviço, mas não faziam por não ter espaço exclusivo para eles. Foi dessa necessidade que a gente resolveu abrir esse espaço”, explica o empresário.

O salão masculino oferece corte de cabelo e barba por R$ 143, tingimento de fios por R$ 110, e manicure por R$ 35, com direito a massagem.

O empresário investiu R$ 200 mil no negócio. Usou o dinheiro nas instalações elétricas e hidráulicas, mobiliário, decoração com fotos e miniaturas de carros, e para comprar o ponto comercial, dentro de um shopping center. Ele paga R$ 16 mil de aluguel e condomínio e conta com um bom fluxo de clientes.  Os cabeleireiros recebem por serviço, e as despesas fixas do salão masculino são baixas.

“Para homem a utilização de produtos é bem menor, e também a quantidade de produtos é menor que se usa”, conta Dennis.

Mas homem quer rapidez. O salão tem cinco cabeleireiros à disposição do cliente e Dennis seleciona a dedo os profissionais. Não basta dominar a técnica. É preciso estar sempre atualizado.

“Eles conversam pouco, mas gostam de assuntos diferenciados, né? Política, esporte, carro, então a gente tem que estar sempre lendo o jornal, para estar sempre atualizado”, diz Emerson Luiz da Silva, um dos profissionais do salão.

O salão atende mil clientes por mês e fatura R$ 80 mil. “A gente vê que todo ano aparecem mais produtos, mais técnicas, mais coisas para oferecer para esse tipo de público específico”, diz o empresário.

Vestuário
E os homens também estão comprando mais roupas. Há dez anos no centro de São Paulo, a loja de Pavlos Theodorakis vive um bom momento.

O homem está cada vez mais vaidoso. Só nos últimos cinco anos, os gastos dos clientes na loja de roupas aumentaram 70%. Mas se hoje o homem põe mais a mão no bolso na hora de cuidar da aparência, ele também exige mais. E quer atendimento de primeira, tecido de qualidade, tons na moda – tudo com caimento perfeito e muito estilo.

Pavlos Theodorakis comemora. Em média, ele vende seis mil peças por mês. “Nos dias atuais, comparando uns 10 anos atrás, eles estão gastando quase o dobro do que gastavam em matéria de roupa.”

O empresário garante: homem sozinho compra uma peça só. Bem orientado, leva quatro. O trabalho dos vendedores é estratégico. Na hora que o cliente está provando uma peça, a ordem é sugerir outras, que combinem.

“Eu vim aqui comprar um blazer, acabei comprando uma camisa, calça, uma gravata também, tudo combinando”, admite o cliente Augusto Rossi.

A loja juntou dois argumentos infalíveis: qualidade e preço baixo. Aqui, produtos custam 30% menos que em lojas similares de shopping centers. Camisa e calça por R$ 80, paletó por R$ 280, feitos com tecido especial.

“Esse tecido que nós fabricamos o terno é um super 120, ele é uma lã fria. Ele é um tecido que não deixa o calor do verão entrar no nosso corpo e não deixa o frio do inverno também entrar, então ele se adapta tanto no inverno como no verão. Ele é muito bom e a gente consegue vender ele o ano inteiro”, diz Pavlos.

Uma vez por ano, o empresário viaja para fora do país, para conhecer as tendências de moda. Todo mês ele lança uma minicoleção e, toda semana, renova os produtos da vitrine.

“Nesse look nós colocamos a camisa cinza com a gravata vermelha então combinando com o fundo de trás da vitrine, que é o branco e o vermelho”, explica a vitrinista Bianca Laurentino.

Para montar uma loja como esta, o investimento é de R$ 200 mil, em mobiliário e estoque. O faturamento médio é de R$ 150 mil por mês. O segmento é bem menos concorrido que o de mulheres. Para se ter uma ideia, na rua onde está a loja do empresário, de 70 lojas de roupas, só 3 vendem para o público masculino. Sinal de que espaço não falta para quem quer apostar no mercado.

“Eu acho que o segmento de moda masculina tem muito para crescer. Eu acho que o homem cada vez mais vaidoso vai buscar melhor qualidade, vai buscar nova variedade, muita variedade”, aposta o empresário.

Fonte:  g1.globo – vaidade masculina

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